Seminovos em alta: vendas de carros usados cresceram 54% em 2021

Enquanto as fábricas de carros estão em marcha lenta, o mercado de seminovos só cresce. Os preços também estão em alta.

Um carro de motor um ponto zero, câmbio manual, considerado popular: R$ 53 mil. Pelo preço, você pode até imaginar que é novo, mas o modelo em questão tem dois anos de uso.

“É a primeira vez da história do nosso ramo automotivo aumento de carro seminovo. E está aumentando todos os meses”, relata Ari Pinheiro Júnior, que é dono de uma concessionária em Salvador.

Olhando a tabela Fipe, que é a principal referência de preço de carros usados, dá pra dizer que está bom pra vender, mas não para comprar. Tem veículos mais caros do que há anos atrás.

Um Jeep Renegade comprado em 2017 por R$ 73 mil. Em vez de desvalorizar, o preço médio dele no país subiu R$ 2,5 mil. A alta do dólar tem grande impacto nisso.

Mas há outro fator crucial para valorização dos seminovos e usados: a produção de carro zero diminuiu desde o ano passado por falta dos semicondutores – em escassez no mundo todo.

“Na medida em que faltam carros novos, automaticamente, essa demanda é suprida por carros seminovos, e favorecendo o mercado de seminovos, que efetivamente deu uma subida violenta ao longo dos últimos meses”, explica Antônio Martins, coordenador de cursos automotivos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Nos primeiros sete meses do ano, as vendas cresceram 54% quando comparadas ao mesmo período de 2020, que teve concessionárias fechadas e consumidores inseguros com a economia. Mas até na comparação com 2019, antes da pandemia, houve aumento de 4%, o que reforça a importância desse mercado no Brasil, que é o terceiro maior do mundo.