Black Friday: como não cair em fraude e o que fazer em caso de golpe

No Brasil, a Black Friday, período de promoções online cujo pico ocorre nesta sexta-feira (24), ganhou aqui e ali a pecha de Black Fraude. O apelido foi criado como crítica a sites e lojas que oferecem ofertas de caráter enganoso (por via de manipulação dos preços nos dias anteriores para simular uma queda brusca na data, por exemplo).

Mas entre especialistas da área de segurança digital, o termo pode ter outra conotação, visto que o período de ofertas acende um alerta quando o assunto é fraude digital. “Durante esse evento de grande movimentação de compras, a atenção dos consumidores está focada em encontrar as melhores ofertas, o que pode torná-los mais suscetíveis a práticas de cibercriminosos“, diz Lucas Galvão à GQ Brasil . “A alta demanda por transações online cria um ambiente propício para atividades maliciosas, como phishing, sites falsos e roubo de informações financeiras.”

Golpes que envolvem promoções de Black Friday têm objetivos particulares: os criminosos buscam, em geral, obter informações pessoais e financeiras dos consumidores, como cartões de crédito e senhas de serviços online. Dados que que podem ser usados para obter acesso direto ou indireto a e-mails e contas bancárias das vítimas para benefício monetário.

Uma das modalidades comuns de golpes são a criação de sites falsos de compra ou que simulam já existentes. O comprador não atento que adquire algum produto por essas páginas nunca chega a recebê-lo além de colocar dados pessoais em risco.

Segundo a firma de segurança digital Kaspersky, houve um aumento de três vezes no registro de domínios usando as palavras “Black Friday” desde outubro deste ano. Esses domínios devem hospedar novos endereços online que se apresentam tanto como lojas que não existem quanto réplicas convincentes de lojas reais.

Trata-se de um ataque chamado phishing. É quando “os usuários podem ser induzidos a fornecer informações pessoais em sites falsos; sites fraudulentos que oferecem produtos inexistentes ou falsificados; e-mails e mensagens falsas que promovem ofertas enganosas.” Desde o início do semestre, a Kaspersky identificou 240 mil tentativas de ataque de phishing.

Outro esquema é o convite à compra de um suposto cartão para trocar por mercadorias. Um desses sites falsos imitando uma conhecida loja online, pode seduzir internautas com cartões de presente de diferentes valores. Como normalmente esses cartões não existem, as vítimas novamente perdem seu dinheiro.

Durante o período, é preciso ficar atento a qualquer mensagem que chegue através de e-mails falsos, mensagens de texto, redes sociais, sites fraudulentos e até mesmo chamadas telefônicas, por meio dos quais criminosos podem se passar por varejistas e vendedores legítimos.

Quais os cuidados e boas práticas de segurança durante a Black Friday?

 

O especialista Lucas Galvão sugere a seguinte lista de afazeres para se proteger:

– Verifique cuidadosamente e-mails e mensagens, evitando clicar em links suspeitos;
– Confirme a autenticidade de um site antes de realizar transações nele: verifique se a URL começa com “https://” e se há um cadeado na barra de endereço;
– Use senhas fortes e únicas, e ativação da autenticação em dois fatores;
– Desconfie de ofertas muito boas para serem verdadeiras e comunicações que solicitam informações pessoais ou financeiras;
– Cheque com regularidade se seu software antivírus e anti-malware estão atualizados;
– Faça o mesmo com sistemas operacionais, navegadores e aplicativos para garantir correções de segurança;
– Desconfie de mensagens não solicitadas em redes sociais e verifique a autenticidade de promoções.

O que fazer se fui vítima de golpe online?

 

Alguns passos práticos são importantes para minimizar o efeito de ataques como estes mais comuns durante a Black Friday. Desconectar o aparelho afetado desabilitando a função Wi-Fi é uma dica frequente em caso de phishing, já que o ataque em alguns casos pode ocorrer por meio de um programa malicioso, capaz de se propagar pela rede.

Outra etapa urgente é alterar todas as senhas de contas e serviços que possam ter sido afetados. O cuidado inclui também mudar qualquer senha que se assemelha a outra que você suspeite ter sido comprometida. É uma boa prática criar códigos únicos para cada ocasião e conta, assim como manter ativada a autenticação em dois fatores, que pode auxiliar em sua segurança.

Fonte: https://gq.globo.com/lifestyle/noticia/2023/11/black-friday-fraude-golpe.ghtml