PF inicia investigação contra Bolsonaro por falsa associação entre vacina e Aids
A Polícia Federal (PF) enviou um ofício para o Supremo Tribunal Federal (STF) para informar que iniciou as investigações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) após dar declarações que associam a vacina contra a covid-19 à Aids, doença causada pelo vírus HIV.
Durante uma live em outubro de 2021, Bolsonaro disse que pessoas totalmente vacinadas contra a covid-19 estariam desenvolvendo Aids. Naquela ocasião, o presidente citou um falso relatório do governo do Reino Unido para embasar a afirmação. As autoridades britânicas, porém, desmentiram o estudo, que foi criado por um site que divulga fake news e teorias da conspiração.
“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados… Quem são os totalmente vacinados? Aqueles que, depois da segunda dose, né? 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados, estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida [Aids] muito mais rápido do que o previsto”, disse Bolsonaro em transmissão nas redes sociais, no dia 21 de outubro.
Na época, o YouTube e Facebook tiraram o conteúdo do ar, sob a alegação de que o vídeo feria as diretrizes das plataformas. Bolsonaro criticou a decisão e culpou uma reportagem usada como base para dar a informação falsa. O vereador Carlos Bolsonaro postou notícias com as alegações do pai e criticou a imprensa.
O ofício da PF foi encaminhado para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o responsável por determinar a abertura do inquérito contra Bolsonaro em dezembro do ano passado.