Explosivos espalhados em Araçatuba seriam acionados por drone

Especialistas do esquadrão antibombas do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar de São Paulo descobriram que os artefatos explosivos espalhados por uma quadrilha durante ataque em Araçatuba, no interior do estado, seriam acionados com a ajuda de um drone.

De acordo com a corporação, o GATE neutralizou 97 bombas e finalizou uma varredura em diferentes regiões da cidade para tentar achar outros que pudessem ter passado desapercebidos.

Após análises, os agentes descobriram que os artefatos, com celulares e equipamentos de laser, conseguiam se comunicar com um drone que sobrevoava a área.

A polícia segue estudando os equipamentos para elaborar a melhor estratégia e conseguir neutralizar a ação de criminosos em futuras ações do estilo “novo cangaço”.

 

Outro foco da investigação, feita em parceria da Polícia Federal com a Polícia Civil e o Ministério Público, é identificar um homem que apareceu, em imagens gravadas por câmeras de segurança, instalando parte das bombas na região central do município.

Os peritos já colheram dezenas de impressões digitais e materiais biológicos nos carros e em outros equipamentos utilizados pela quadrilha que também podem ajudar na identificação.

As reuniões da quadrilha aconteciam em Campinas (SP) na casa de Cleiton da Silva, assaltante conhecido do polícia, preso com base em informações de inteligência. Ele saiu da penitenciária de Penápolis (SP) há um ano e meio, e ainda tem oito anos de penas para cumprir por assaltos em 2012 e 2017.

Em Piracicaba, também no interior paulista, dois suspeitos procuraram atendimento médico, baleados com tiros de fuzil. A participação deles no assalto foi confirmada. Ambos estão internados sob escolta. Por segurança, o local é mantido em sigilo.

Um casal preso pela Polícia Militar ainda em Araçatuba confessou que estava ali para dar carona aos criminosos em fuga. Um quinto bandido preso foi baleado e internado em um hospital da cidade.

O primeiro identificado havia sido Jorge Carlos de Melo, morto durante o assalto. Ele tinha várias passagens pela polícia e também era integrante do PCC.

 

Assalto em Araçatuba

A cidade de Araçatuba (SP), no noroeste do estado de São Paulo, foi alvo de um pesado ataque na madrugada desta segunda-feira (30), em uma ação característica do chamado “novo cangaço”.

A partir das 23h50 de domingo (29), dezenas de criminosos ocuparam regiões do município com explosivos e armas de grosso calibre, como fuzis e metralhadoras. Nas horas seguintes, roubaram três agências bancárias.

Segundo testemunhas, eram pelo menos 30 criminosos. Durante mais de duas horas houve troca de tiros com os policiais. A sede de um atalhão da Polícia Militar também foi atacada.

Ao longo da madrugada, para evitar disparos policias, a quadrilha chegou a usar reféns como escudos humanos. Alguns deles foram colocados sobre os carros usados nos crimes.

A investigação aponta que dez carros e um drone foram usados pela quadrilha na ação. O grupo conseguiu fugir com uma quantia em dinheiro, mas ainda não se sabe quanto.

Na fuga, carros e caminhões em chamas foram espalhados por entradas da cidade, de forma a atrapalhar o acesso da polícia.

Inicialmente, três pessoas morreram em decorrência dos ataques.

 

Fonte: Band.